quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Os Não-Lugares

Delacroix -- A Liberdade guiando o povo
Quando começamos a descrer de utopias? Quando nossas mentes tornam-se frias a elas? Quando ocorre a defenestração de nossos sonhos e nas janelas permanecem medonhos horizontes de chão sem fim?

É assim, um dia a gente deixa de lutar, de buscar, de sonhar, de acreditar na metamorfose do mundo! E o fundo sem fim da indiferença ronda, sonda e arromba nossas portas, nossos portos, nossas esperanças mortas e nossos passos tortos. Nesta hora, somos tijolos compondo o muro, seguro, da castração. Neste agora estamos no solo maldito e escuro da desilusão.

Não há utopias -- lugares dos sonhos -- pois a pragmática do mundo, nada estática, afundou fundo os dias dedicados a elas. Um solvente universal arremessou pelas janelas da alma os não-lugares para realizar a calma operação da venda de sonhos sem vida pela estabelecida valoração de um vil metal.

Edição com imagens do filme 'The Wall'

Publicado no dia 30 de setembro de 2005 em
http://www.icaroberanger.blogger.com.br/.

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