segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Mar de Histórias
ou
A Biblioteca de Rosana

Para Rosana
A Biblioteca é uma esfera cujo centro cabal é qualquer hexágono e a circunferência é inacessível.
Jorge Luis Borges -- A Biblioteca de Babel


O globo prenuncia voltas ao mundo. Aprofundo-me na poesia, na prosa, nas dúzias de rosas que permeiam as páginas plurais destas ávidas estantes, que recheiam as imaginações com constantes pérolas.

Coloridas capas, capítulos, contos, etapas da história de Rosana, que preenche sua memória travando diálogos impertinentes com seus livros. São, sobretudo, belos. São singelos nos seus amores, nas suas dores, nos sabores e odores que silentes exalam. Rosana veste seus trajes de banho, despe-se deste mundo às vezes estranho e mergulha em seu mar de histórias.

Seus autores, seus amores, seus olores imiscuem-se. Na retina, fatigada de tanto pó estéril, formam-se regaladas imagens multicores, de um simbolismo etéreo e permanente em sua volatilidade. Ao longe, onde uma saudade anda perdida, nova vida já se ergue na potência da vontade.

Sua biblioteca é infinita, pois não se pode banhar duas vezes -- meu pensamento recita -- nas águas do mesmo livro. Sem permanência possível, sensível é a mudança, a dança dos sentires, dos devires, dos sentidos. Os caudalosos rios, torrentes de letras quentes, renovam suas águas e nossos olhos, abrolhos de nossa alma.

Há mil caminhos a serem percorridos, ouvidos na biblioteca. Além disso, nesta sagarana, cada livro lido a alma de Rosana disseca...






Publicado no dia 8 de fevereiro de 2004 em
http://www.icaroberanger.blogger.com.br/.

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