domingo, 28 de dezembro de 2008

Amor, me chama...

"E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada"
(O meu amor -- Chico Buarque de Hollanda)

(p'ra ti, meu amor)

Eros & Psiqué



Quero repousar minha vida sobre teus seios, teus meios, teus entremeios. E me derreter inteiro sobre teu corpo, sobre teu cheiro morno de paixão. Meu coração salta com teus beijos. E tu sabes bem os desejos do meu beijar, do meu tocar, do meu amar...

A poesia dos nossos corpos deve repetir a das nossas almas. Numa pressa toda calma que é afã. É manhã. És manhã (com o adjetivo só teu e meu) em mim. És meu jardim de delícias, de carícias, de malícias. A música que mais gosto de cantar. Eu, que aprendi da música que devo te amar devagar e urgentemente, te amo mais. Eu te amo sem enquanto, só presente. Eu te amo tanto, tanto, tanto!

Depois de espasmos, orgasmos; depois de o cosmo revirar, quero olhar nos teus olhos e me encontrar na tua ternura. Na tua candura. No formato exato de teu rosto, de teu gosto. Quero teu sorriso escancarando as minhas janelas, as minhas tramelas despregadas no chão. Quero tua mão na minha, pois neste compasso caminha meu coração.

Quero tuas costas nuas, quero caminhar por tuas ruas e te esculpir com minhas mãos. Assim, recomeçamos um amor que não tem fim, um torpor que é sempre assim: só amar. E o que pode o homem senão conjugar este verbo transitivo direto e buscar o objeto que ele pede, necessita, ordena?

Um amor não se condena. Por isso, meu coração se acelera quando, entre a espera e a delícia, escuta: "Amor, me chama de tua puta"!

Cena do filme 'O Búfalo da Noite'
Eros & Psiqué

Publicado no dia 30 de julho de 2006 em
http://www.icaroberanger.blogger.com.br/.

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